sexta-feira, 6 de setembro de 2013

O jornalista sentiu na pele aquilo que muitos cidadãos sentem

A propósito de um oportuno post de Estrela Serrano, escrevi o seguinte:

Embora tardiamente, gostaria de deixar o meu comentário ao post de Estrela Serrano, na parte em que diz que seria dever ético do Jornalista do Diário Económico obter confirmação, junto de Pedro Tadeu, sobre o que dele diz António Cunha Vaz.

Salvo o devido respeito e consideração por Estrela Serrano, não concordo com esta sua conclusão, dado que as declarações têm autor bem identificado e estão publicadas com essa clara identificação. Trata-se de uma entrevista, não de uma pesquisa ou investigação sobre um determinado facto ou uma determinada pessoa
Neste caso, não será de exigir ao jornalista e ao jornal que faça o contraditório antes da publicação
Mas não pode deixar de se lhe exigir que o faça – e o admita – depois da publicação.
O facto de vir a este tema tarde permite-me beneficiar do facto de saber que, afinal, o Dirário Económico vai publicar a resposta de Pedro Tadeu. Mas, se bem percebo, vai fazê-lo quase 2 semanas depois, numa altura em que já ninguém se lembra.

Mas este não é o tema principal.

Acabo por onde Estrela Serrano terminou o seu texto.
É verdade que os Jornalistas dispõem de meios que lhes permitem defender o seu nome e reputação de que o comum dos mortais não dispõe.

Mas, pergunto: deveriam os Jornalistas utilizar esses meios para se defender sempre que, por qualquer razão, ainda que pouco razoável e por vezes falha de bom senso, entendessem, segundo um critério só seu, que a sua honra e reputação estão em causa?

A resposta é não.

O espaço de que os Jornalistas beneficiam é dos Jornalistas e deve ser utilizado para fazer Jornalismo, de acordo com a linha editorial do meio e a ética do Jornalista. A defesa da honra do próprio Jornalista não é, seguramente, um elemento do Código Deontológico dos Jornalistas ou do Livro de Estilo do meio.

Nestes casos, o Jornalista deve submeter-se à política editorial do meio, que decidirá se publica ou não a defesa da honra do Jornalista.

O Jornalista não deve tomar partido em causa própria e não deve pôr o espaço de que beneficia ao seu serviço.

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