quarta-feira, 9 de outubro de 2013

A generosidade do Público

O destaque do Público on-line ao início da tarde de hoje estava na intervenção de Pedro Passos Coelho (+) na abertura da Convenção Empresarial da AIP, Sobreviver e Crescer, que reúne no Centro de Congressos de Lisboa cerca de 1.700 empresários.

Mas, surpresa minha, verifico que, afinal, o destaque vai para a manif que o movimento "que se lixe a troika" (+) fez à porta do Centro de Congressos de Lisboa.

O espaço dado a cada um das notícias é manifestamente desproporcionado e não corresponde, seja qual for o ponto de vista, à projeção de cada um dos eventos.

Não se trata apenas de olhar para os factos na perspetiva do seu efetivo interesse noticioso.

Uma convenção que reúne 1.700 empresários durante um dia completo de trabalho, em cuja sessão de abertura participa o Primeiro-Ministro, tem reconhecidamente muito mais interesse noticioso que uma "manifestação" ("perto de 20 manifestantes", como quantifica a notícia) que dura uns 5 ou 6 minutos, apenas o tempo necessário para o respetivo porta-voz falar à Comunicação Social.

A notícia sobre a Convenção da AIP tem 2.235 carateres, uma foto e um video. A noticia sobre a manifestação tem 1.826 carateres, uma foto e um link para uma petição on-line.

Por vezes, a Comunicação Social não resiste a valorizar factos que, muitas vezes, nem são facto nem têm valor.

São "factos" apenas para quem os promove, escolhendo o dia, a hora e o local certo.

São "factos" que nascem precisamente porque querem beneficiar do efeito de atração que os grandes eventos geram junto da Comunicação Social, visando transmitir informação pertinente, rigorosa e atual.

Ingenua ou intencionalmente, a Comunicação Social cai nestas armadilhas.

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Afinal, não há limitação de mandatos


Mas quais são as limitações da lei de limitação dos mandatos?
Todos podem ser candidatos, desde que no concelho ou freguesia ao lado!
Não há limitações aos candidatos, que podem mudar de concelho; há sim limitações aos eleitores, que não podem mudar de concelho.

O jornalista sentiu na pele aquilo que muitos cidadãos sentem

A propósito de um oportuno post de Estrela Serrano, escrevi o seguinte:

Embora tardiamente, gostaria de deixar o meu comentário ao post de Estrela Serrano, na parte em que diz que seria dever ético do Jornalista do Diário Económico obter confirmação, junto de Pedro Tadeu, sobre o que dele diz António Cunha Vaz.

Salvo o devido respeito e consideração por Estrela Serrano, não concordo com esta sua conclusão, dado que as declarações têm autor bem identificado e estão publicadas com essa clara identificação. Trata-se de uma entrevista, não de uma pesquisa ou investigação sobre um determinado facto ou uma determinada pessoa
Neste caso, não será de exigir ao jornalista e ao jornal que faça o contraditório antes da publicação
Mas não pode deixar de se lhe exigir que o faça – e o admita – depois da publicação.
O facto de vir a este tema tarde permite-me beneficiar do facto de saber que, afinal, o Dirário Económico vai publicar a resposta de Pedro Tadeu. Mas, se bem percebo, vai fazê-lo quase 2 semanas depois, numa altura em que já ninguém se lembra.

Mas este não é o tema principal.

Acabo por onde Estrela Serrano terminou o seu texto.
É verdade que os Jornalistas dispõem de meios que lhes permitem defender o seu nome e reputação de que o comum dos mortais não dispõe.

Mas, pergunto: deveriam os Jornalistas utilizar esses meios para se defender sempre que, por qualquer razão, ainda que pouco razoável e por vezes falha de bom senso, entendessem, segundo um critério só seu, que a sua honra e reputação estão em causa?

A resposta é não.

O espaço de que os Jornalistas beneficiam é dos Jornalistas e deve ser utilizado para fazer Jornalismo, de acordo com a linha editorial do meio e a ética do Jornalista. A defesa da honra do próprio Jornalista não é, seguramente, um elemento do Código Deontológico dos Jornalistas ou do Livro de Estilo do meio.

Nestes casos, o Jornalista deve submeter-se à política editorial do meio, que decidirá se publica ou não a defesa da honra do Jornalista.

O Jornalista não deve tomar partido em causa própria e não deve pôr o espaço de que beneficia ao seu serviço.

O País está de luto - um post de Maria Perpétua Rocha

A propósito de um post de Maria Perpétua Rocha, fiz o seguinte comentário:

É uma situação dramática, incompreensível, inexplicável. 
Mas é também uma situação imperdoável. 
Por uma razão: o combate aos incêndios continua a depender demasiado do voluntarismo. 
A elevadíssima sinistralidade revela isso mesmo. 

Mas revela também que a coordenação do combate aos incêndios, no terreno, não está a ser eficaz. 
Com uma melhor coordenação no terreno e com adequada formação dos bombeiros (não só dos jovens voluntários, mas de todos os bombeiros), proteger-se-ia a vida humana e evitava-se o drama social e o desgosto familiar que é assistir-se, resignada mas revoltadamente, à morte de jovens que perdem a vida no momento em que têm mais vida a dar. 
São jovens que, com nobreza e espírito de serviço, optaram por entregar a vida à defesa do interesse da sociedade. 
Retiremos uma lição: cabe aos mais velhos e experientes ensinar aos mais novos o que aprenderam e o que a vida lhes ensinou. 
Só assim pouparmos vidas no combate aos incêndios.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Ética nas transmissões de tv em direto

Assisti, ao princípio da noite de ontem, casualmente, à colhida de um forcado na pega do 1º touro na Corrida da RTP, que estava a ser transmitida em direto.

Já assisti a outras situações do género, em Portugal e também em Espanha, onde testemunhei, ao vivo, colhidas graves de homens que lidavam o touro.

Mas, em direto, na tv, foi a primeira vez.

Quando estas situações acontecem, levantam-se várias questões do foro da ética, nomeadamente: deve o realizador repetir a imagem da colhida? Devem as câmaras aproximar-se do corpo inanimado?

Penso e defendo que, nestes casos, o realizador deve abster-se de repetir as imagens da colhida (uma tourada não é um jogo de futebol, uma colhida de um forcado não é um fora de jogo) e deve passar planos distantes, em que o espectador se aperceba do que está a acontecer no recinto mas não seja confrontado com imagens muito próximas, que serviriam apenas para, sem decoro nem respeito, exibir o sofrimento e a dor, do próprio e dos seus familiares.

Infelizmente, não foram essas as opções do realizador - mas deveriam ter sido, tanto mais que a RTP é a estação a quem está concessionado, em exclusivo, o serviço público de televisão e tem, por isso, especiais responsabilidades na defesa (e prática) destes princípios de ética elementar.

Deixei de acompanhar a transmissão - que julgo que prosseguiu até ao final da corrida - mas interessei-me pelo estado de saúde do jovem forcado, que saiu do Campo Pequeno em maca, inanimado.

Procurei a notícia no site da RTP, naturalmente.

Mas, até à hora a que escrevo (00h30 de 6ªfeira, 23 de agosto), não surgiu uma única referência.

Penso que a RTP deveria ter dado pronta notícia sobre, pelo menos, o estado de saúde do forcado. Mas ainda não o fez.

Ou seja, a RTP violou normas éticas elementares na utilização de imagens da colhida e continua a violar um outro dever, de forma igualmente censurável, que é o de informar sobre o estado de saúde do jovem que um toiro feriu durante uma corrida de toiros promovida e transmitida pela estação.

Estranho, afinal quer ser mulher



estranho, muito estranho (+): soube descobrir, valorizar e divulgar uma série infindável de segredos e só agora divulga o seu próprio segredo?
mesmo muito estranho

benficaTV: informação desportiva ou fação?




BenficaTV, ousadia atrevida e pioneira, estreia-se no domingo em jogos da Liga. 

Vamos ver se é um canal de informação ou de fação. 

Vamos ver se todos podem ver todas as imagens do jogo, se todos podem ver todos os lances "duvidosos", incluindo os de que Jesus não fala, vamos ver qual o critério quanto à distribuição de imagens, vamos ver se, afinal, a benficaTV foi criada para proteger a elite do Benfica e a sua noção preconceituosa de "verdade desportiva" ou se foi criada para afrontar a Olivedesportos.